quarta-feira, 11 de novembro de 2009

NOTA DE REPÙDIO DO OBSERVE À UNIBAN

NOTA DE REPÙDIO DO OBSERVE À UNIBAN

As entidades consorciadas e parceiras do OBSERVE, Observatório pela Aplicação da Lei Maria da Penha, vêm registrar o seu veemente repúdio à UNIBAN, unidade São Bernardo do Campo/SP, pela expulsão da estudante Geisy Arruda sob a acusação de “atentado à moral e bons costumes”, e por ter se mostrado, ao mesmo tempo, indevidamente tolerante e conivente com a violência sofrida pela jovem, violência essa com base nas discriminações de gênero.

Entendemos que assim procedendo, a UNIBAN não só assina um pacto de violência contra as mulheres, indo contra todas as convenções e tratados internacionais e pactos nacionais de enfrentamento a esse tipo de violência, como também trai, vergonhosamente, o seu papel de instituição educadora, que deveria estar empenhada nas campanhas e programas de prevenção à violência de gênero contra as mulheres.


Mesmo tendo a Uniban recuado de sua decisão, sob pressão da sociedade, a expulsão de Geisy Arruda atinge a todas nós, mulheres brasileiras, e merece o nosso total repúdio. E a postura conivente da UNIBAN em relação à violência contra essa jovem fere a todos brasileiros e brasileiras que hoje se empenham no combate à violência de gênero contra as mulheres.

Uma Vida sem Violência é um Direito das Mulheres: de todas as Geisys, Marias da Penha, de todas nós.

Cecilia M.B.Sardenberg

P/Coordenação Nacional

Observe-Observatório pela Aplicação da Lei Maria da Penha

Entidades Consorciadas do OBSERVE:

NEIM/UFBA- Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Coordenação Nacional e Regional Nordeste)

AGENDE - Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento (Regional Centro-Oeste)

CEPIA - Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação, Ação (Regional Sudeste)

Coletivo Feminino Plural (Regional Sul);

GEPEM/UFPA - Grupo de Estudos e Pesquisas Eneida de Moraes sobre Mulheres e Relações de Gênero (Regional Norte)

NEPeM/UNB - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher

NEPP-DH/UFRJ - Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos

THEMIS – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero

NIEM/UFRGS - Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a Mulher e Relações de Gênero

Redes Parceiras:

Rede Feminista de Saúde (Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos)

REDOR (Rede Regional Feminista Norte e Nordeste de Estudos sobre a Mulher e Relações de Gênero)

CLADEM (Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher – CLADEM/Brasil)


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Marginal bolsista

Todo o presidiário que tiver dependentes pode requerer uma bolsa auxílio-reclusão para beneficiar os dependentes do mesmo. A bolsa é de R$752,12.

Comparemos:
Professor da Educação Básica (educação infantil até o 5º ano) que trabalha 4 horas por dia, 20 horas por semana e 80 horas por mês em sala de aula, sem contabilizar o tempo de preparação das aulas.
R$695,97

Perguntas:
Será que uma pessoa que está presa, cumprindo pena por ter cometido um crime, tem o direito de garantir em melhores condições a qualidade de vida de seus filhos do que um professor?

Mais informações sobre a bolsa bandido acesse o endereço:


terça-feira, 29 de setembro de 2009

HONDURAS: DIPROMACIA

O presidente deposto de Honduras foi expulso de seu país por um golpe político-militar। Ele insiste em se recandidatar à presidência, que sua Constituição proíbe. Um avião da Venezuela o levou de volta a Honduras e o presidente-deposto se materializou dentro da embaixada brasileira em Tegucigalpa.

O Planalto, ao invés de tomar uma atitude em defesa do Brasil, reagiu da mesma forma que encoraja as ilegalidades praticadas pelo MST। Uma vergonha!

No momento, a Embaixada do Brasil segue com a água e a luz cortadas, cercada por tropas hondurenhas fortemente armadas। A capital mergulhou em um caos! Enquanto isso, o ex-presidente Zelaya faz discursos para a rua, de dentro da Embaixada, o que legalmente é território brasileiro!

Se ele tivesse solicitado asilo diplomático estaria proibido de se manifestar da Embaixada। Mas a dipromacia do presidente Lula, inventou algo chamado abrigo, instituto que o Direito Internacional desconhece. Na prática, essa inovação deixa Zelaya livre para politicar, enquanto o interesse brasileiro é prejudicado.

Para explicar o 'materialização' do ex-presidente em nossa Embaixada, vejo duas hipóteses: ou foi previamente tramado com o Brasil, ou a Venezuela agiu sozinha e o Lula simplesmente aceitou um pedido de Chaves। Qualquer das hipóteses é desastre!

A história pode se desdobrar em mais violência, com risco crescente para a segurança de funcionários brasileiros। Na pior das hipóteses, um banho de sangue; na melhor, um fiasco diplomático.

Para comentar a relação de Lula com Chaves, só recorrendo a sabedoria popular: "Quem dorme com cachorro acorda cheio de pulgas"।

Indio da CostaDeputado federal, DEM/RJ

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Acabaram-se os papéis

Não se assustem com o título, apenas não precisamos mais guardar os comprovantes de pagamento de contas por 5 (cinco) anos. O nosso presidente da república sancionou lei onde as empresas são obrigadas a emitir e nos enviar anualmente uma declaração de quitação de débitos.

Caso queira saber mais acesse a LEI Nº 12.007, DE 29 DE JULHO DE 2009.

Simone da Silva Figueiredo
(autora do BLOG)

Mudanças no Padrão de Fecundidade - O Brasil e o Mundo

Aos colegas ...
... que estão acompanhando esta importante discussão sobre o futuro da humanidade (um pouco de humor não faz mal a ninguém!!!!),

Sim, por que está em jogo o futuro da humanidade?

Todos nós queremos aumentar o IDH, isto é, todos nós (acho que, em palavra, até o senador Sarney) queremos maior qualidade de vida para a população do Brasil e do mundo. Mas se a relação entre desenvolvimento humano e fecundidade é inversa, ou seja, quanto maior o IDH menor o número de filhos tidos, então estaremos todos condenados ao regime de lowest-low-fertilit iy (taxas abaixo de 1,35 filhos por mulher). Para se ter uma idéia, uma fecundidade neste nível reduz uma população estável fechada pela metade em menos de 50 anos. Como a redução é exponencial, em 200 anos uma população, nestas condições, se reduz em mais de 16 vezes. Por exemplo, até 2200, o Japão passaria de 127 milhões para menos da população de Minas Gerais e o Canadá passaria para uma população menor do que a de Belo Horizonte. Nos 200 anos seguinte praticamente desapareceriam, segundo o modelo teórico.

Portanto, não é desprezível a discussão sobre a possível reversão da tendencia expressa pela abordagem da transição demográfica (relação inversa entre desenvolvimento e fecundidade, pois a relação positiva de Malthus nunca existiu). Acho que o trabalho de Mikko Myrskylä, Hans-Peter Kohler e Francesco C. Billari é louvável no sentido de sugerir que a Europa (e mais alguns paises como Japão, Coreia, Canadá) não está condenada a desaparecer (ou ser invadida por migrantes como é o temor de David Coleman e companhia).

Acontece que o trabalho de Myrskylä et. al. utiliza a fecundidade de período para comparar com o IDH. Entendo que aí cabe uma crítica, pois a fecundidade de período caiu muito (para o nível do lowest-low-fertilit y) por conta do efeito tempo. Isto é, a fecundidade caiu a níveis muito baixos porque as mulheres estavam adiando o nascimento dos filhos. Passado o efeito tempo, a fecundidade de período, expressa na TFT, volta a “subir”, ou seja, ela se recupera dos níveis baixissimos, passando de menos de 1,3 filho para algo como 1,4 ou 1,5 filho, etc. Esta é a “grande luz” esperançosa do trabalho de Myrskylä et. al.

Quais são os problemas?

Mesmo considerando a fecundidade de período, países como Japão, Coreia do Sul e Itália não apresentaram recuperação da fecundidade (TFT). Nestes países houve adiamento dos nascimentos, mas não houve “tempo” para aumento da fecundidade antes do fim do período reprodutivo (como já afirmou Lesthaeghe adiou, adiou e perdeu o tempo).

Mas o problema metodológico mais sério é este apresentado por Edward Hugh (matéria enviada pelo Bernado), pois para se avaliar se houve reversão da relação entre desenvolvimento e fecundidade é preciso utilizar, não a TFT, mas a “descendencia média final” das sucessivas coortes. E neste ponto, Hugh mostra que não houve recuperação expressiva na Europa.

Contudo, olhando os dados do gráficos apresentados por Hugh percebemos que alguns países como Noruega, Finlancia, Islandia, Suécia, Luxemburgo a fecundidade está próxima de 2 filhos por mulher, enquanto diversos outros continuam com fecundidade muito baixa.

Qual a diferença entre estes dois grupos de países?

Existem duas diferenças fundamentais ao meu ver:

1) Como já discutido nos autores citados e nesta lista P & P, as questões de gênero contam (gender matter!). Os países desenvolvidos com maior equidade de gênero possuem TFT mais alta do que aqueles que segregam as mulheres e dificultam a conciliação entre trabalho e família;

2) A outra questão ainda não aborda aqui é a chamada DESFAMILIZAÇÃO.

Dois autores são fundamentais para se entender esta questão – “Esping-Andersen” (ver a personal page do autor: e “Peter Mcdonald”

[Por exemplo, McDonald, P. (2000a). Gender equity in theories of fertility transition. Population and Development Review 26(3), 427–440].

O que Esping-Andersen e McDonald dizem é que é preciso, dentro de um sitema de proteção social, criar políticas amigáveis às mulheres (women-friendly) e evitar o familismo, que é a transferência para a família da responsabilidade pelo bem-estar de seus membros e a subordinação dos interesses e prerrogativas pessoais (especialmente das mulheres) aos valores e demandas da família. Com diz Esping-Andersen[i]:

“A redução ao mínimo das dependências familiares pressupõe um estado social radicalmente diverso. Fundamentalmente, através da desfamilização das responsabilidades de bem-estar, o welfare state social-democrata ajuda as mulheres a entrarem em relações mercantis (e a conquistarem uma maior independência dos homens) para poder posteriormente se desmercantilizarem”.


Por fim, os Estado Unidos são a grande exceção[ii] entre os países desenvolvidos, pois é o único país que tem apresentado variações significativas nas taxas de fecundidade ao longo dos últimos 80 anos. A fecundidade caiu na década de 1930, subiu no baby-boom do pós-guerra, caiu ao nível mais baixo na década de 1970 e voltou ao nível de reposição entre nos últimos anos e agora apresenta tendência de queda com a crise atual.

Desculpem o tamanho desta mensagem, mas acho que esta discussão é importante, pois pode ser que o Brasil caminhe para um regime de fecundidade muito baixa (com suas implicações no envelhecimento populacional, etc.). A experiência dos países desenvolvidos pode lançar luz para estudos e hipóteses sobre o futuro do Brasil.

Um bom domingo para todas e todos,

José Eustáquio Alves.
(Professor Doutor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, entre outras muitas atribuições e qualificações)
Retirado da lista de discussão da ABEP, postado em 09 de agosto de 2009.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Tico Santa Cruz: Brasil é meu banheiro

Cantor e compositor

Rio - Escolhi sentar no vaso sanitário no meu momento “ato secreto” para escrever este artigo. Na verdade, estou fazendo aqui, enquanto o texto ganha sentido, o mesmo que fazem em Brasília há muitos anos e o mesmo que fazemos coletivamente, como cidadãos. Não preciso ir além para que um bom leitor entenda do que tratamos.

O fato é que não há melhor lugar para “desrelativizar” e, pelo silogismo, vale a invenção da palavra, o que nosso querido e honrado presidente vem proferindo no intuito de defender o coronel Sarney. Palavras de Lula: “Uma coisa é matar, outra é roubar, outra é pedir um emprego, outra é relação de influências e outra é lobby”.

Tudo bem, desde que não seja feito com o dinheiro público. Quando autoridades políticas manipulam as ferramentas democráticas em benefício próprio, prejudicando a nação e dando prejuízo aos cofres públicos, as consequências diretas sob a população se refletem na violência com a qual nos acostumamos a viver.

Quando o dinheiro dos nossos impostos que deveria ser investido em educação, por exemplo, é usado para fins particulares, o reflexo é em crianças e jovens sem o cuidado que merecem, abandonadas à própria sorte, e algumas com revólveres em punho, matando, roubando e morrendo ou sendo presas.

Quando um gatilho é apertado e uma bala atravessa a cabeça de um inocente, pode ter certeza que em muitos casos tem relação direta com a corrupção e os desmandos de nosso políticos.

Na conjuntura atual, fazer lobby, usar a influência para beneficiar parentes e roubar o povo é sim como matar e deveria ser crime hediondo. Bando de sem vergonhas.

(Publicado no Jornal O Glogo, domingo 25/07/2009)

Descontentamento Nacional

A idéia desse blog é o de publicar textos inteligentes sobre as nossas mazelas. Todos deverão ter autor conhecido.
Simone da Silva Figueiredo
Professora e Pesquisadora.
Geógrafa e Demógrafa.