segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Soberania popular - o fenômeno Tiririca (15 de outubro de 2010 | 0h 00)

Almir Pazzianotto Pinto - O Estado de S.Paulo
ADVOGADO, FOI MINISTRO DO TRABALHO E PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST)

"Nação de analfabetos, governo de analfabetos"

Rui Barbosa


O primeiro turno das eleições deste ano deu sequência à construção do arcabouço democrático, que não se materializa apenas na eloquência da Constituição da República. Mais de 130 milhões compareceram às urnas para exercerem o direito de escolha entre os candidatos. As ocorrências policiais estiveram dentro de limites razoáveis, indicando que compra aberta de votos, brutalidade e intolerância estão em via de pertencer ao passado, graças, sobretudo, à vigilância da Justiça.

A Lei Maior prescreve, no artigo 14, que a "soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com igual valor para todos, e nos termos da lei..." São eleitores obrigatórios, conforme o dispositivo seguinte, os maiores de 18 anos e facultativos os analfabetos, as pessoas acima de 70 anos e de 16 até completarem os 18. O dispositivo encerra regra áurea do Estado democrático, que se assenta na autoridade suprema do povo para designar aqueles que, no Executivo e no Legislativo, tomarão decisões em seu nome.

Duas questões controvertidas permanecem em pauta: o debate judicial sobre os chamados fichas-sujas e o caso do humorista Tiririca. Aqueles que têm vida pública manchada por condenação criminal, mas se viram reprovados pelos eleitores, deixaram de ser problema. Quanto aos eleitos, há que aguardar o julgamento do Supremo Tribunal Federal. Espera-se que o Supremo decida logo, e em benefício da ética, com o expurgo de candidatos cujo passado está comprometido por delitos contra o erário ou abuso de poder econômico. É vício antigo a compra e venda de votos. Não bastassem os demagogos e populistas, temos a desgraça de sofrer com os corruptos, que se elegem para transformar os Poderes Executivo e Legislativo em casas de comércio - ou, para ser mais exato, em antros de prostituição.

Nesse cenário, o caso Tiririca mostra-se irrelevante. Afinal, o capital político representado por 1.353.331 votos não pode ser subestimado, ou subtraído, sem grave injúria à soberania popular, tal como se encontra garantida no artigo 14. A prerrogativa da escolha, entre nomes listados pelos partidos políticos, deve permanecer acima de secundária questão ligada à alfabetização de representante da última das camadas sociais.

Ademais, não lhe bastasse a caudalosa votação, em nome da isonomia de tratamento, vereadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais, senadores e suplentes, governadores e vices e presidente da República deveriam ser submetidos a prova semelhante àquela que se pretende impor ao cidadão Francisco Everardo Oliveira Silva. Desconfiou-se de que ele talvez não saiba ler e escrever corretamente, mas só depois de concluída a apuração.

Alguém duvida de que numerosos políticos espalhados por 5.564 municípios, 27 Assembleias Legislativas, Câmara Distrital de Brasília, Câmara dos Deputados e Senado sejam analfabetos, semianalfabetos ou, o que me parece mais grave, venais e corruptos?

Nas remotas localidades do interior exige-se o bacharelado para representação da comunidade? Os Tiriricas são fruto da desigualdade econômica, da falência do sistema de educação e do baixo nível de determinados programas de televisão. Como existem, e em considerável número, creio ser justo que alguns integrem o Congresso Nacional, para darem testemunho juramentado da crise que assola o Legislativo e do fracasso da Lei Eleitoral, vulnerável às manobras de partidos inescrupulosos que se valem de baixos expedientes para a conquista de votos que lhes garantam cadeiras no Parlamento. Afinal, indago, se o caso Tiririca desperta tanto interesse, o que dizer dos suplentes em exercício no Senado, sem haverem recebido um único e solitário voto?

O artigo 17 da Constituição, desacompanhado da cláusula de barreira, estimula a criação de minúsculas legendas que tentarão sobreviver à custa de candidatos iletrados, mas capazes de atrair a atenção das massas.

A enganosa propaganda eleitoral gratuita demonstrou que Tiririca não é caso único de abestalhado, ou abestado. Como em eleições anteriores, apresentaram-se candidatos e candidatas de todos os tipos e gostos. Desde os reconhecidamente sérios até os confessadamente avacalhados. As mensagens divulgadas pela televisão e pelo rádio atropelavam-se, mais para confundir do que para esclarecer. Partidos de direita e centro-esquerda tentavam seduzir com promessas idênticas. As legendas extremistas imaginavam que angariariam votos propondo o fim da democracia, a extinção da propriedade privada, a eliminação da classe empresarial e a implantação da ditadura. Foram fragorosamente derrotadas.

A cada eleição, nova lição. Ensinou este pleito que a legislação eleitoral é indispensável, mas não suficiente. O exercício da soberania popular por meio do sufrágio universal, e pelo voto direto e secreto, de igual valor para todos, como está na Lei Constitucional, exige que o eleitorado tenha consciência da responsabilidade que sobre ele recai na designação daqueles que vão decidir em matérias de relevante interesse para a Nação.

A partir da semana passada teve início nova eleição. De José Serra, que milagrosamente foi beneficiado com a derradeira chance de se eleger presidente, espera-se definição convincente de projeto de governo. De Dilma Rousseff, a demonstração de que não é teleguiada ou terceirizada, mas está apta a caminhar com as próprias pernas. Ao povo, no exercício da soberania política, cabe a responsabilidade da melhor escolha, pois, afinal, nova oportunidade só dentro de quatro anos.


Retirado de: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101015/not_imp625050,0.php

sábado, 10 de abril de 2010

Cesar Ciélo entrega mais uma vergonha do governo brasileiro.


Cesar Ciélo, Sensacional !


Dessa vez não foi pelo fato de ter ganhado alguma prova de natação,

mas pela entrevista corajosa que deu ao jornal ''O ESTADO DE SÃO PAULO''.
Cesar, bastante irritado,

falou da falta de apoio da CBDA,
(Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).
César disse com todas as letras
"que não teve ajuda da confederação e muito menos do governo.
Sua vitória se deve à ajuda de seu pai e de patrocinadores."
Para tanto estava treinando nos Estados Unidos.

O presidente da confederação (CBDA)
queria que ele voltasse para o Brasil,
e fosse ao palácio do planalto
para fazer o cartaz do presidente.
Coisas que ele rejeitou.

Daí para frente foi ameaçado de ficar
sem o pouco de facilidades que a confederação lhe dava.

"- Minha vitória tem muito pouco a ver com eles",
disse o nadador quando participou do troféu José Finkel,
nas piscinas do Corinthians.
"Querendo eles ou não, sou campeão olímpico, e isso eles terão que engolir.
Desde que me tornei profissional, em março, paguei tudo:
alimentação, hospedagem, e até meu técnico (o australiano Brett Hawke)."

Cielo ficou assustado, quando lhe perguntaram
se a CBDA havia ajudado em alguma despesa."
Sua resposta foi essa:


-" Sério que vocês estão me perguntando isso?'
Pensei que vocês estivessem brincando.''

César Cielo contou que além de não receber auxílio da CBDA,
teve problemas com o presidente Lula.
-"Entre outras ameaças,
ele ameaçou suspender os pagamentos que eu vinha recebendo dos correios, quando disse a ele que não viria para uma cerimônia no palácio do Planalto.
Ele vivia telefonando para meus pais,
e não os deixava trabalhar sossegados.
Fiquei nervoso
e treinei mal por uns dias. Esse é o governo que temos."

Pelo que se vê, o dedo do governo está em tudo.
Atletas têm que ir a Brasília para pedir a benção do 'padrinho'
e para fazer propaganda do presidente.
Ainda bem que não vimos medalhistas em Brasília
puxando o saco do desgoverno.

QUE ABSURDO !!!

QUE CADA UM REPASSE DEVAGARINHO PARA SUA LISTA.
EM POUCO TEMPO, QUEM SABE, GRANDE PARTE DO POVO BRASILEIRO

TOMARÁ CONHECIMENTO DA VERDADE.